Neste artigo, vamos analisar o periodismo jurídico a partir de um estudo de caso do periodismo jurídico acadêmico na Primeira República (1889-1930). Selecionamos um conjunto de revistas, explicitadas no texto, e a partir destas tentaremos tecer algumas considerações teórico metodológicas sobre o trabalho com periódicos, seja como fonte, seja como objeto. Do ponto de vista teórico, o artigo reflete sobre a ação do periodismo na política transnacional do conhecimento, se apropriando, reinterpretando e divulgando ideias e conceitos que circulam no campo intelectual hegemônico. Sobre métodos, meditamos como lidar e tratar esse tipo material analítico empírico e suas vantagens e diferenças para uma sociologia ou história do direito. Essas considerações serão agrupadas em torno de duas frentes de observação: a do papel do periodismo jurídico de produção coletiva do conhecimento, e do papel de reprodução intelectual e de fator de convergência ideológica. Finalmente, o artigo almeja, com isso, destacar a importância dessas fontes na pesquisa empírica sobre o direito, mas também da utilidade de pensá-las como um objeto revelador da cultura jurídica nacional.