O Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar, em 2013, a produção e a comercialização de produtos derivados da cannabis. Esse passo significou não apenas um distanciamento em relação à estratégia nacional de política de drogas vigente há muitos anos, mas também um distanciamento frente às diretrizes para a política de combate às drogas definida em tratados internacionais. Em consequência disso, fala-se frequentemente em uma mudança de paradigmas na política de drogas uruguaia. O presente artigo busca elucidar em que medida essa concepção é adequada e se, de fato, é possível falar de mudança paradigmática no sentido oferecido pelo teórico da ciência Thomas Kuhn. O artigo evidencia que a política de legalização da cannabis no Uruguai, ainda que apresente uma mudança notável nos rumos da política anterior, não é ampla o suficiente para que se possa falar de fato de uma mudança paradigmática na política de drogas.
Uruguay became the first country to legalize, in 2013, the production and comercialization of products derived from cannabis. This step meant not only a departure from the national drug policy strategy in place for many years, but also a departure from the guidelines for drug policy defined in international treaties. This kind of change, some people say, may represent, a paradigm shift in Uruguayan drug policy. This article seeks to clarify the extent to which this conception is accurate and whether, in fact, it is possible to classify that measure as a paradigmatic change in the sense offered by science theorist Thomas Kuhn. The article shows that the cannabis legalization policy in Uruguay, although it presents a notable change in the direction of the previous policy, it is not broad enough to talk about a paradigm shift in drug policy.
Uruguay se convirtió en el primer país en legalizar, en 2013, la producción y comercialización de productos derivados del cannabis. Este paso significó no solo un alejamiento de la estrategia nacional de política de drogas en vigor durante muchos años, sino también un alejamiento de las directrices para la política de drogas definidas en los tratados internacionales. Como resultado, a menudo se habla de un cambio de paradigma en la política de drogas de Uruguay. Este artículo busca esclarecer hasta qué punto esta concepción es adecuada y si, de hecho, es posible hablar de cambio paradigmático en el sentido que ofrece el teórico de la ciencia Thomas Kuhn. El artículo muestra que la política de legalización del cannabis en Uruguay, si bien presenta un cambio notable en el rumbo de la política anterior, no es lo suficientemente amplia como para hablar de un cambio paradigmático en la política de drogas.