O objetivo deste artigo é problematizar como maquinarias de guerra em territorialidades periferizadas operam na produção de juventudes matáveis no bojo da intensificação da violência letal no Brasil, tomando a cidade de Fortaleza como exemplo empírico e as noções de necropolítica e políticas de inimizade, de Achille Mbembe, como operadores conceituais. Num primeiro momento, traz reflexões teóricas sobre essa própria tecnologia de gestão e produção da morte. Num segundo momento, analisa-se como “maquinarias de guerra” engendram “zonas de morte”, sendo a articulação entre disciplinamento, regulação biopolítica e produção/gestão de um “fazer morrer” característica da ocupação colonial na atualidade. Com isso, apontamos como o recrudescimento da violência letal nas margens urbanas expressa sua condição de colônias contemporâneas, em que processos de racialização maximizam a precarização de corpos juvenis negros, sob o fundamento da perpetuação de relações de inimizade.
The aims of this article is to discuss the war strategies in peripheral territorialities, operating in the production of new non-intense forms of lethal violence in Brazil, taking the city of Fortaleza as an empirical example and uses Achille Mbembe's notion of necropolitics as the main conceptual operator. At first, brings theoretical reflections from the dialogs that Mbembe weaves with Foucault, Agamben, Arendt and Fanon. Secondly, parses as "war machines" engender "death zones, being the link between discipline, biopolitical production and regulation/management of a "do die" feature of colonial occupation today. With this, we point out how the escalation of deadly violence in the urban margins expressed your condition of contemporary colonies, in which racionalitation processes maximize precariousness of black youth bodies, under the foundation of perpetuation of enmity.