Em um dossiê sobre “políticas de narrativas”, mesmo uma resenha, esse gênero menor no mercado editorial dos periódicos acadêmicos, deveria pensar(-se) em voz alta e explicitar sua política, seu pre-texto. A modo conciso, cumpre dizer que se trata de uma resenha crítica, em que a relação com o texto resenhado estabeleceu-se menos por correspondência semântica e cognitiva senão por afecção estética, isto é, o rigor concebidocomo uma fidelização à redoação da “forma” da experiência de leitura, qual seja, o sentido de corpo que as potências do texto cumpriram realizar. De modo que marcaremos alguns vetores específicos em que a leitura do livro Pedagogia das encruzilhadas (mórula editorial, 2019), do pedagogo e doutor em Educação pela UERJ, aprendiz de capoeira e curimba, carioca filho de cearenses, professor Luiz Rufino, tocou-nos em relevo, e que nos pareceram sua singularidade. Posicionados, na leitura e na resenha, como que em uma encruzilhada, seguimos o horizonte de sentido que o autor pareceu traçar sem, no entanto, nos furtarmos a alguns desvios ao encontro de aspectos, a nosso ver, importantes, e que poderiam permanecer inconfessos, por assim dizer, nas entrelinhas do texto. Seu axé (força vital), por exemplo.