E quando contarmos nossas histórias? Relatos em uma formação racista / And when do we tell our stories? Stories in a racist degree

Revista de Psicologia

Endereço:
Avenida da Universidade - 2762 - Benfica
Fortaleza / CE
60020-180
Site: http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/index
Telefone: (85) 3366-7736
ISSN: 2179-1740
Editor Chefe: Cassio Adriano Braz de Aquino
Início Publicação: 26/01/2018
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Psicologia

E quando contarmos nossas histórias? Relatos em uma formação racista / And when do we tell our stories? Stories in a racist degree

Ano: 2022 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: M. N. M. Neto
Autor Correspondente: M. N. M. Neto | [email protected]

Palavras-chave: Epistemicídio; racismo; antirracismo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Situando o campo onto-epistemológico do espaço universitário, este texto volta-se para a contestação da produção de conhecimento científico e, com isso, possibilitar marcar o não-marcado (privilégio do saber) e citar sobre o mal falado (racismo). Para isso, situa-se que a entrada na universidade de sujeitos historicamente construídos como objetos científicos acarreta tensões através da exposição de um curioso silenciamento acerca da produção da ficção de neutralidade de um certo tipo de sujeito-sistema (homem, branco, cis, hétero). Neste escrito, ocorre a marcação da localização da autoria (negra, homem, cis, gay) como uma estratégia de produção de autonomia, do negro falar sobre si, marcando a trajetória como parte do fazer ciência - não como novidade e, sim, como uma re-inauguração anti-racista. Com o objetivo de tentar responder “Quem pode falar?” (KILOMBA, 2019, p. 33), organiza-se a partir daqui uma “contação de histórias” biográfica e coletiva sobre os atravessamentos de uma formação racista para pessoas negras, a qual pretende se ater sobre as tensões, os racismos e as negociações das questões raciais na área da Psicologia.



Resumo Inglês:

Situating the onto-epistemological field of the university space, this text turns to the contestation of the production of scientific knowledge and, thus, making it possible to mark the unmarked (privilege of knowledge) and to quote about the amiss spoken (racism). It is situated, the entry into the university of an object historically constructed to produce through the exposition of a strange silencing about the fiction of a type of neutrality of a system (man, white cis, hetero) ). In this writing, the location of authorship (black, male, cis, gay) is marked as a strategy for the production of autonomy, for black people to talk about themselves, marking the trajectory as part of doing science - not as a novelty, but as an anti-racist re-inauguration. With the aim of trying to answer “Who can speak?” (KILOMBA, 2019, p. 33), it organizes itself into a biographical and collective “storytelling” about the crossings of a racist formation for black people, which intends to focus on tensions, racisms and the negotiations of issues races in the field of Psychology.