Nas últimas décadas, diversas análises apontaram o papel da elite política na América Latina, com destaque para os trabalhos de Linz e Stepan (1978) e O’Donnel e Schmitter (1986). No século XXI, Mainwaring e Pérez-Liñán (2013) retomaram a perspectiva dos autores anteriores acerca da importância de se compreender como as atitudes da elite política podem ajudar a fortalecer um regime democrático ou levá-lo a uma ruptura. O trabalho de O’Donnell e Schmitter (1986) é um estudo comparativo focado especificamente nas transições de regimes autoritários para algum outro tipo de regime, tal transição pode ser tanto o estabelecimento de uma democracia quanto uma forma de restauração de um outro tipo de regime autoritário (O’DONNELL e SCHMITTER, 1986). A obra avança o debate sobre o papel da elite indo além da importância do papel da oposição, pois destaca também como as disputas entre os hard-liners e os soft-liners dos diferentes regimes influenciaram os processos de “transição”, “liberalização” e “democratização”.