Define-se transição como um percurso realizado por uma pessoa entre dois momentos relativamente estáveis. Essa experiência é vivida ao longo de um determinado período de tempo e caracterizada pelo surgimento de alterações que provocam desequilíbrios, dúvidas, desorganização e conflitos interpessoais. A alta hospitalar é, pois, uma transição múltipla (de saúde-doença, mas também situacional) do Hospital para a Comunidade, pela qual passam todos os indivíduos que por problemas de saúde mais ou menos graves tenham necessitado de internamento hospitalar. Se tal transição for realizada precocemente e sem o devido planeamento corre-se o sério risco de que a curto, médio prazo a pessoa que teve alta volte a ser reinternada. Nos últimos anos as taxas de reinternamentos têm vindo a aumentar, nomeadamente entre a população idosa. A este aumento parece não ser alheio a gravidade do diagnóstico, mas também as comorbilidades de que as pessoas doentes são portadores.