Objetivos: Descrever o perfil psicossocial de candidatos a cirurgia bariátrica, verificar a prevalência do Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) e analisar a correlação entre as variáveis psicossociais nos pacientes que apresentam ou não TCAP. Métodos: Estudo documental de delineamento transversal. A coleta de dados foi feita a partir das informações de 125 pacientes e aplicação de Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP) pelo Serviço de Psicologia de um hospital geral no sul de Minas Gerais, no período de julho de 2019 a março de 2020. Os candidatos foram separados em grupo portador e não portador de TCAP, e correlacionadas as variáveis psicossociais entre os grupos. Resultados: A prevalência TCAP foi de 41,6% (52). A maioria dos pacientes era mulher (101; 80,8%), entre 30 e 49 anos (68; 54,4%), exercia atividade remunerada (80; 64%), possuía o ensino médio completo ou incompleto (51; 48,8%), relatou lembranças de “fatos marcantes” no ambiente familiar infantil (78; 62,4%). Foram relatados transtornos ansiosos em 37,6% (47) e transtornos depressivos em 17,6% (22) da amostra. Quanto aos tratamentos para emagrecimento, 62,4% (78) tentaram ao menos três tipos; 58,4% (73) referiram percepção de aumento do peso na infância ou adolescência. Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a presença de TCAP e a baixa escolaridade (p = 0,009). Conclusão: Foi possível caracterizar a população estudada. Observou-se que a escolaridade pode ser considerada um fator protetivo para a ocorrência da TCAP.
Objective: To describe the psychosocial profile of candidates for bariatric surgery, verify the prevalence of Binge-Eating Disorder (BED) and analyze the correlation between psychosocial variables in patients with or without BED. Methods: Cross-sectional study. Data collection was based on information from 125 patients, and the Periodic Binge-Eating Scale (BES) was applied by the Psychology section of a general hospital in southern Minas Gerais from July 2019 to March 2020. Candidates were separated into groups with and without BED, and psychosocial variables were correlated with groups. Results: The BED prevalence was 41.6% (52). Most patients were women (101; 80.8%), between 30 and 49 years (68; 54.4%), had a paid job (80; 64%), had completed or incomplete high school (51; 48.8%), reported memories of "remarkable facts" in the child's family environment (78; 62.4%). Anxiety disorders were reported in 37.6% (47) and depressive disorders in 17.6% (22) of the sample. As for weight-loss treatments, 62.4% (78) tried at least three types; 58.4% (73) reported the perception of weight gain in childhood or adolescence. A statistically significant association was observed between BED and a low education (p = 0.009). Conclusion: It was possible to characterize the studied population. It was observed that education can be considered a protective factor for the occurrence of BED.