O trabalho a seguir descreve a aplicação da metodologia de ensino de desenho originalmente desenvolvida pela professora Betty Edwards, em uma turma do curso técnico subsequente de uma instituição federal de ensino técnico em Minas Gerais. A metodologia baseia-se nos estudos científicos desenvolvidos tendo a lateralidade cerebral como fundamento teórico principal. A premissa é a de se envolver o discente na tarefa de desenhar, estimulando a atividade cerebral do hemisfério direito do cérebro, mais afeito à espacialidade, e fazendo calar o hemisfério esquerdo, mais lógico e crítico. O artigo inclui alguns exemplos reais de trabalhos realizados em aula pelos discentes, de modo a esclarecer o leitor e demonstrar a evolução dos trabalhos da classe, quase toda ela sem treinamento ou habilidade prévia com desenho. Os resultados, conforme demonstrados no texto, são surpreendentes mesmo para um curso com 60 horas de duração, com alunos apresentando uma evolução notável já na metade da carga horária total. Há também um adendo, demonstrando um caso de educação inclusiva, no qual um aluno com dificuldades cognitivas apresenta um desenvolvimento surpreendente tanto na sua capacidade de observação quanto no resultado de seus desenhos. Destaca-se ainda a possibilidade de se transpor a metodologia para o ensino de desenho nos cursos fundamental e médio.
The following paper describes the application of a drawing teaching methodology originally devised by professor Betty Edwards, on a class in a technical college in the Brazilian state of Minas Gerais. The referred methodology is based on scientific studies having brain lateralization as a theoretical framework. The premise relies in involving the student in the effort of drawing stimulating the right side of his brain, specialized in spatiality, and silencing the logical and critical left hemisphere. The article includes real sample classwork done by students, so as to enlighten the reader and demonstrate the class’s work evolution, most of which had little or no previous experience with drawing. Results of the experiment, described in the text, are surprising even considering a class course of only 60 hours, with surprising results by the middle of the total class hours. There is also an addendum demonstrating a case of inclusive education, in which a student with cognitive handicaps shows an amazing development both in his observation skills and in his drawings. The paper also features the possibility of transposing thedrawing teaching methodology to both elementary and middle schools.