O sentido foucaultiano de fascismo não se restringe a um regime de Estado, mas também, e talvez principalmente, às formas de fascismo que estão em todos nós. Este texto discute o currículo da Educação Física em uma perspectiva não fascista, com e a partir do pensamento de Michel Foucault. Para tal, no primeiro momento demonstramos a relação entre a trajetória da Educação Física escolar com os regimes de verdade, entendendo como premissa o currículo enquanto dispositivo de fabricação de subjetividades. Em um segundo momento, analisamos como o texto da Base Nacional Comum Curricular funciona como dispositivo de poder e seus efeitos na produção de um projeto mais amplo, o cosmopolitismo. Por fim, refletimos sobre as possibilidades de liberação na Educação Física em prol de um ‘currículo afirmativo’, em consonância com os princípios de uma vida não fascista.
Foucault's sense of fascism is not restricted to a state regime, but also, and perhaps mainly, to the forms of fascism that are in all of us. This text discusses the Physical Education curriculum in a non-fascist perspective, with and based on Michel Foucault. First, we demonstrate a relationship between the trajectory of school Physical Education with regimes of truth, understanding curriculum as a device for fabricating subjectivities. Secondly, we analyze how the text of the National Common Curricular Base works as a power device and its effects on the production of a broader project, or cosmopolitanism. Finally, we reflect on the possibilities of liberation in an affirmative Physical Education curriculum and in line with the principles of a non-fascist life.
El sentido de fascismo de Foucault no se limita a un régimen estatal, sino también, y quizás principalmente, a las formas de fascismo que hay en todos nosotros. Este texto discute el plan de estudios de Educación Física en una perspectiva no fascista, con e a partir del pensamiento de Michel Foucault. Con este fin, en el primer momento demostramos la relación entre la trayectoria de la educación física en la escuela y los regímenes de verdad, entendiendo el currículo como un dispositivo para la fabricación de subjetividades como premisa. En un segundo paso, analizamos cómo funciona el texto de la Base Curricular Común Nacional como un dispositivo de poder y sus efectos en la producción de un proyecto más amplio, el cosmopolitismo. Finalmente, reflexionamos sobre las posibilidades de liberación en Educación Física a favor de un plan de estudios afirmativo y en línea con los principios de una vida no fascista.