A promulgação da Lei 13.935 (2019) é um marco de conquista da sociedade e da Psicologia como profissão e ciência, exigindo aprofundarmos o debate e as reflexões sobre nossa práxis no campo da formação da(o) psicóloga(o) escolar. Nesse sentido, o estágio supervisionado em Psicologia Escolar e Educacional (PEE) é um dispositivo fundamental para as apropriações iniciais da prática profissional. Todavia, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia, ainda que indiquem um percentual mínimo para os estágios, descrevem condições rasas para a realização deles. Baseadas na teoria vigotskiana, fundada na epistemologia objetiva, materialista e na lógica dialética, pretendemos investigar algumas condições do contexto de estágio em PEE e buscar indícios dos modos como o meio impacta na formação da estagiária. Os dados aqui analisados fazem parte do corpus da pesquisa de doutorado de uma das autoras, realizada num grupo de supervisão de estágio em PEE. As supervisões foram registradas em áudio e o seu conteúdo foi transcrito. Para o presente artigo, selecionamos os episódios relativos às expectativas sobre o papel da estagiária de PEE e às concepções de desenvolvimento humano. A análise se pautou na estrutura dialética do método vigotskiano, por meio da dinâmica entre geral – particular – singular. Os principais resultados revelaram: concepções mecanicistas e associacionistas do desenvolvimento, circulantes em diferentes contextos e níveis da Educação, (inter)subjetividades marcadas por relações de poder e expectativas reducionistas sobre a PEE. Simultaneamente, parcerias colaborativas no campo e na supervisão de estágio contribuíram para a paulatina construção de (inter)ações da estagiária coadunadas com o compromisso ético e social da nossa profissão.
The enactment of Law 13.935 (2019) is a milestone of achievement for society and for Psychology as a profession and science, requiring us to deepen the debate and reflections about our praxis in the field of training school psychologists. In this sense, the supervised internship in School and Educational Psychology (SSP) is a fundamental device for the initial appropriations of the professional practice. However, the National Curricular Guidelines for Psychology undergraduate courses, even though they indicate a minimum percentage for the internships, describe shallow conditions for their accomplishment. Based on the Vygotskian theory, founded on the objective, materialist epistemology and dialectic logic, we intend to investigate some conditions of the internship context in EEP and seek indications of the ways in which the environment impacts on the intern's training. The data analyzed here are part of the corpus of the doctoral research of one of the authors, carried out in a supervision group of the internship in EEP. The supervisions were audio recorded and their content was transcribed. For the present article, we selected the episodes concerning the expectations about the role of the EEP trainee and the conceptions of human development. The analysis was based on the dialectical structure of the Vygotskian method, through the dynamic between general -particular -singular. The main results revealed: mechanistic and associationist conceptions of development, circulating in different contexts and levels of education, (inter)subjectivities marked by power relations and reductionist expectations about the PEE. Simultaneously, collaborative partnerships in thefield and in the internshipsupervision contributed to the gradual construction of (inter)actions of the intern coadunate with the ethical and social commitment of our profession.
La sanción de la Ley 13.935 (2019) es un hito de conquista para la sociedad y para la Psicología como profesión y ciencia, que nos exige profundizar el debate y las reflexiones acerca de nuestra praxis en el campo de la formación de psicólogos escolares. En este sentido, las prácticas supervisadas en Psicología Educativa y Escolar (PEE) constituyen un dispositivo fundamental para las apropiaciones iniciales de la práctica profesional. Sin embargo, las Directrices Curriculares Nacionales para los cursos de pregrado en Psicología, aunque indican un porcentaje mínimo para las prácticas, describen condiciones poco profundas para su realización. A partir de la teoría vigotskiana, fundamentada en la epistemología objetiva, materialista y en la lógica dialéctica, pretendemos investigar algunas condiciones del contexto de pasantía en PEE y buscar indicios de las formas en que el ambiente impacta en la formación del pasante. Los datos aquí analizados forman parte del corpus de la investigación doctoral de uno de los autores, realizada en un grupo de supervisión de prácticas en PEE. Las supervisiones se grabaron en audio y se transcribió su contenido. Para el presente artículo, seleccionamos los episodios relacionados con las expectativas sobre el papel del aprendiz de EEP y las concepciones del desarrollo humano. El análisis se basó en la estructura dialéctica del método vygotskiano, a través de la dinámica entre general -particular -singular. Los principales resultados revelaron: concepciones mecanicistas y asociacionistas del desarrollo, que circulan en diferentes contextos y niveles educativos, (inter)subjetividades marcadas por relaciones de poder y expectativas reduccionistas sobre la PEE. Simultáneamente, las asociaciones de colaboración en el campo y en la supervisión de la pasantía contribuyeron a la construcción gradual de (inter)acciones del pasante en consonancia con el compromiso ético y social de nuestra profesión