Este artigo tem como objetivo propor uma leitura crítica de obras literárias de Murilo Mendes e de José Saramago, buscando perceber as implicações da noção de viagem na escrita dos escritores. Procuramos caracterizar os olhares que os escritores viajantes lançam sobre Portugal e suas paisagens congregando deslocamentos do corpo e/ou do espaço. Nesse sentido, tentamos compreender como a viagem se institui como um operador que permite um trânsito pelo espaço geográfico, pelo espaço literário, pela reflexão e pela passagem de um ao outro, usando como referência “Janelas verdes” (1989) de Murilo Mendes e “Viagem a Portugal” (1981) de José Saramago. Para analisar tais questões, buscaremos suporte nos conceitos referentes à tradução, à alegoria e à coleção de Benjamin; o papel da citação em Compagnon; de memória em Huyssen e de identidade e alteridade em Eric Hobsbawm.
This article aims to make a critical reading of literary works written by Murilo Mendes and José Saramago seeking to understand the implications of the notion of travel in their writings. One seeks to characterize the looks that traveling writers cast on Portugal and its landscapes bringing together displace-ments of the body and/or space. In this sense, one tries to understand how the journey is established as an operator that allows transit through geographic space, literary space, reflection and the passage from one another using as references “Janelas verdes” (1989) by Murilo Mendes and “Viagem a Portugal” (1981) by José Saramago. To analyze such questions, one will seek support in concepts related to concepts such as translation, allegory and collection related to Benjamin’s patterns; the role of citation in Compagnon; of memory in Huyssen and of identity and otherness in Eric Hobsbawm.
Este artículo tiene como objetivo proponer una lectura crítica de las obras literarias de Murilo Mendes y José Saramago, buscando comprender las implicaciones de la noción de viaje en la escritura de los escritores. Buscamos caracterizar las miradas que los escritores viajeros lanzan sobre Portugal y sus paisajes, reuniendo desplazamientos del cuerpo y/o del espacio. En este sentido, tratamos de comprender cómo el viaje se constituye como un operador que permite transitar por el espacio geográfico, por el espacio literario, por la reflexión y por el paso de uno a otro, tomando como referentes a “Janelas verdes” (1989) de Murilo Mendes y “Viagem a Portugal” (1981) de José Saramago. Para analizar tales interrogantes buscaremos apoyo en conceptos relacionados con la traducción, la alegoría y la colección benjaminiana; el papel de la cita en Compagnon; de la memoria en Huyssen y de la identidad y la alteridad en Eric Hobsbawm.