O artigo busca discutir como, na trajetória de consolidação de uma pesquisa, a escrita se mostra distante da execução mecânica de etapas, constituindo-se a partir de uma variedade de mudanças que conduzem menos a uma conclusão em si, e mais a uma transformação de um estar no mundo. Esse processo, no relato apresentado, é mediado sobretudo pelo contato com uma epistemologia feminista. Se Haraway desenha as bases da pesquisa feita a partir de um conhecimento situado e Matos-de-Souza (2022, p. 14) define o autobiográfico enquanto gesto de “tentar registrar, de alguma maneira, o que toca e transforma os seres humanos em sua relação com o mundo”, a discussão se encaminha para pensar como a biografia de uma pesquisa se entrelaça com a biografia de quem a realiza, assim como, também, com as narrativas de agentes humanos e não humanos que abrem caminhos a serem percorridos no desenrolar da experiência.
The article aims at debating how, in the trajectory of consolidating a research, the act of writing is not a mechanical execution of tasks, but is made of an arrow of changes that converge less into a conclusion itself, and more into a transformation of a state of being – a process which, in the report on focus, is mediated by the contact with a feminist epistemology. While Haraway designs the fundamentals of a research based on situated knowledges, and Matos-de-Souza defines an autobiographic approach as a gesture of “trying to register, somehow, what touches and transforms human beings in their relation to the world” (Matos-de-Souza, 2022, p. 14), the discussion reflects about how an act of researching could bond with the researcher’s biography, as much as with both human and nonhumam agents’ narratives which open pathways to be crossed during the experience.
El artículo tiene como objetivo discutir cómo, al consolidar una investiga-ción, el acto de escribir no se trata de una ejecución mecánica de tareas, sino que sucede después de una flecha de cambios que convergen menos en una conclusión en sí misma, y más en un proceso de transformación de un estado de ser – processo que, en esta discusión, es mediado sobre todo por el contacto con una epistemología feminista. Si Haraway dibuja los fundamentos de una investigación basada en el conocimiento situado y Matos-de-Souza (2022, p. 14) define un abordaje autobiográfico como un gesto de “intentar registrar, de alguna manera, lo que toca y transforma al ser humano en su relación con el mundo”, la discusión reflexiona sobre cómo un acto de investigación podría vincularse con la biografía del investigador, tanto como con narrativas de agentes tanto humanos como no humanos que abren caminos a recorrer durante la experiencia.