O tema central do artigo aborda a educação e concentra-se na análise da obra de István Mészáros, particularmente em seu livro intitulado "A educação para além do capital". O artigo investiga os princípios subjacentes à educação na obra de Mészáros, buscando uma compreensão mais profunda desses princípios a partir de uma revisão da literatura, com um foco específico na abordagem do materialismo histórico-dialético. Os resultados da pesquisa revelam que a alienação e a dominação, que afetam todos os trabalhadores, são intrínsecas à lógica do capital, mantendo-os presos a uma ideologia dominante. A conclusão alcançada sugere que a transformação dos fundamentos da educação está intrinsecamente ligada à ruptura com a lógica do capital. Isso requer a iniciativa daqueles que estão dispostos a aceitar e promover essa transformação, começando por uma mudança em sua própria consciência, a fim de desafiar efetivamente a lógica do capital. Para compreender o conceito de educação conforme abordado por Mészáros, é fundamental adotar uma perspectiva abrangente que a associa diretamente à própria existência. Isso implica uma expansão conceitual que conecta a educação aos complexos processos sociais envolvidos na produção e reprodução da vida. Quando analisada à luz da influência do capital, a educação se caracteriza pela internalização dos padrões de reprodução estabelecidos pelo sistema, muitas vezes limitando-se a uma interpretação restrita no contexto das instituições formais de ensino. É importante notar, portanto, que mesmo uma educação institucionalizada temporária na trajetória de vida e formação de um indivíduo pode deixar marcas de dominação ideológica que reverberam ao longo de toda a sua existência. Em seu livro "A educação para além do capital", Mészáros destaca a estreita relação entre os processos educacionais e os amplos processos sociais. Sua análise enfatiza que, se a educação desempenha o papel de sistema para internalizar valores, conhecimento e cultura, moldando assim uma determinada visão de mundo, as soluções necessárias devem ser fundamentais. Nesse contexto, abordagens educacionais reformistas se mostram inadequadas. É imperativo rejeitar a maneira pela qual aqueles que ocupam posições hierárquicas na sociedade interpretam o mundo, uma vez que a educação é intrínseca à própria vida do indivíduo e deve capacitá-lo de acordo com essa realidade.