A adolescência é um fenômeno biopsicossocial dependente de cada cultura. As mudanças corporais e psíquicas são interpretadas de diferentes formas, de acordo com cada sujeito e o grupo social onde ele está inserido. Assim, refletir sobre a adolescência num corpo marcado pela diferença é fundamental para profissionais que trabalham com adolescentes surdos. Este artigo é o resultado de uma revisão crítica de literatura utilizando as palavras chave “adolescência”, “surdez” e “saúde mental”. Observou-se que a questão comunicacional é o ponto chave para o acolhimento dos sujeitos surdos tanto na escola como nos serviços de saúde. Na existência de uma barreira linguística, o percurso da adolescência (construção da identidade, busca de autonomia) pode ser construído de forma diferenciada e com maior possibilidade dos adolescentes apresentarem transtornos mentais. Por fim, as autoras apresentam alguns pontos importantes que podem contribuir para a formação de profissionais de saúde e educação que trabalham com adolescentes surdos.
Adolescence is a biopsychosocial phenomenon dependent on each culture. Body and psychic changes are interpreted in different ways according to each subject and the social group in which they are inserted. Therefore, reflecting on adolescence in a body already marked by difference is fundamental for professionals who work with deaf adolescents. This article is the result of a critical literature review using the keywords “adolescence”, “deafness” and “mental health”. It was observed that the communicational issue is the key point for welcoming deaf subjects both at school and health services. In the presence of a language barrier, the journey through adolescence (construction of identity, search for autonomy) can be constructed differently, with a greater possibility of adolescents experiencing mental disorders. Finally, the authors present some important points that can contribute to the training of health and education professionals who work with deaf adolescents.