As possibilidades de entender algumas formas de vida surda como elementos de uma cultura particular adquiriram expressividade na segunda metade do século XX, embaladas principalmente pela legitimidade epistemológica conquistada pelas línguas de sinais no mesmo período. Com base na perspectiva de estudos pós-colonialistas, vê-se a emergência da noção de etnicidade surda, a qual se torna um dos focos de Harlan Lane, Richard C. Pillard e Ulf Hedberg em The People of Eye: Deaf Ethnicity and Ancestry, ainda sem tradução no Brasil. Munidos do argumento linguístico, os autores propõem pensar os surdos estadunidenses, na condição de minoria linguística, como um grupo étnico.