Introdução: A seleção e adaptação pós-implante coclear em adolescentes é assunto muito discutido entre nós por suas inerentes dificuldades. Objetivo: Avaliar como as condições de personalidade e a dinâmica familiar interagem no processo de decisão. Método: Mostramos cinco casos díspares no seu conteúdo e condução, o que nos leva à escolha de instrumentos pertinentes a cada um deles: nos dois primeiros somente entrevista com o paciente e sua mãe; no segundo, entrevista com a mãe, WISC, Colúmbia, Bender, provas pedagógicas e Wartegg no paciente, além de atendimentos em psicoterapia breve com ambos. No terceiro, entrevistas com pais e paciente, provas pedagógicas e Wartegg; no quarto, atendimento familiar, HTP e terapia com paciente. Resultados: O primeiro, 22 anos surdez congênita, bilíngue, com identificação bi cultural, pais separados e discordantes em relação ao implante coclear, no entanto, espelhandos e numa amiga já implantada, o que a motivou para a cirurgia. Bons resultados pós-implante. O segundo, 17 anos, surdez pós-meningite aos quatro meses, maduro, mãe protetora, além de importante figura do avô. Bons resultados pós-implante. O terceiro, 13 anos, surdez congênita, família disfuncional que não acolhe seu filho, com desperdício de potencial, recusando-se ao uso de aparelho, rejeitado no momento para o implante. O quarto, 15 anos, surdez pós-meningite com 1 ano e 3 meses, encontra nos pais proteção, voltando-se para eles nos momentos de angústia, aceitando prognóstico limitado. No entanto, pós-implante mostrou-se mais confiante. A quinta, 14 anos, surdez progressiva, à princípio sob o impacto da perda. Há respeito dos pais e sentimentos equivalentes, todos estiveram em processo terapêutico. Foi implantada e teve sucesso. Conclusão: é importante a aceitação da surdez por ambas as partes, desejo do paciente acompanhado de consciência do próprio papel, condições de lidar com angústia e desafios, pais que dêem suporte e permitam que paciente assuma a própria individualidade.
Introduction: Selection and post implantation adaptation in adolescents are widely discussed issues among ímplant teams due to its peculiarities. Objetive: To evaluate how the personality conditions and the family dynamics interact ín the decísíon process of implantation. Methods: We present five cases unique in their content and in the way they were conducted. They led us to different choices of evaluation instruments specific to each one. ln the fírst and second cases only a guided interview with the patient and his mother was performed; ín the thírd one, an íntervíew, WISC, Columbía, Bender, pedagogíc and Wartegg tests were applied, besides a bríef individual support was given to both of them. ln the forth case, the íntervíew wíth the patíent and hís parents was followed by pedagogíc and Wartegg tests; in the fifith case, it was necessary a famíly support as well as the HTP test and an individual therapy wíth the patient. Results: The fírst case, a 22-year-old gírl, presenting a congenital deafiness, bilingual, wíth a bicultural identification, parents separetedsand díscordants relative to ímplant cochlear, lookíng to a fríend before operated who g íved th ere the motivacíon to implantation. She showed good results wíth the implant. The second case 17-year-old boy, post meningítíc deafness at four months of age, mature, protectíve mother, besides an important role of his grand parent in his life. He showed good results wíth the ímplant after a non remarcable evaluatíon. The third case, a 13-year-old boy presentíng a congenítal deafness, refusíng to wear hís hearing aids, with a dysfunctional family that díd not support hím, wastíng his potentialities. His evaluation was negative for the implantation by thattíme. The fourth case, a 15-year-old boy, post meníngítíc deafness at fifteen months of age, fínds ín the parents the protection, turning to them in the moments of dístress, acceptíng the limited prognosís. Nevertheless ín the post ímplant evaluatíon he showed to be much more confident. The fifth one, a 14-year-old girl, with progres-sive deafness, still under the ímpact of the loss. The parents reveal respect and equivalent feelings. Ali of them are under therapeutic process. Conclusion: lt is fundamental the acceptance of the deafness by the patient and his/her Jamily, the patient's desire, the conscíousness of his/her role, the conditions to manage the challenges and distress, and the support given by the parent to allow the patient to as-sume its own individuality.