A medicalização à linguistização da surdez

Revista Espaço

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ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

A medicalização à linguistização da surdez

Ano: 2011 | Volume: Especial | Número: 35
Autores: Luiz Claudio da Costa Carvalho
Autor Correspondente: Luiz Claudio da Costa Carvalho | [email protected]

Palavras-chave: surdez, minorias, multiculturalismo, língua, linguagem

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Reflexões sobre discursos em torno do tema da chamada "identidade surda", estabelecendo conexões entre certos discursos multiculturalistas dos movimentos sociais das minorias e do associativismo civil da sociedade contemporânea globalizada. O foco principal dessas reflexões recai sobre o discurso que encara a surdez como um fenômeno de natureza essencialmente linguística, tratando os grupos sociais surdos apenas como uma espécie de minoria linguística. Parte expressiva das pessoas dedicadas aos estudos no campo da surdez e aos movimentos sociais surdos rejeita enfaticamente a medicalização da diferença e aceita com tranquilidade a naturalização linguística das línguas de sinais. Destacam-se, ainda, discussões sobre a perspectiva teórica que encara as línguas de sinais como "línguas naturais", descritas como um processo de "linguistização" da surdez.  Aborda-se o tema do poder burocrático e paroquial sobre a surdez exercido, não mais pela Medicina e ciências afins, mas pela figura mitificada do "linguista".



Resumo Inglês:

Reflections on speech around the theme of the "deaf identity" by establishing connections between certain multiculturalist discourses of social movements of minorities and civil society associations of contemporary globalization. The main focus of these discussions is on the discourse that views deafness as an essentially linguistic phenomenon, treating deaf social groups only as a kind of linguistic minority. A significant proportion of people dedicated to studies in the field of deafness and the deaf social movements emphatically rejects the medicalization of difference and accepts with equanimity the linguistic naturalization of sign languages. Among them are questions about the theoretical perspective that sees sign languages as "natural languages", described as a process of "linguistização" of deafness. It addresses the issue of bureaucratic power and parochial power over deafness exercised, not by medicine and related sciences, but by the mythologized figure of the "linguist".