Este trabalho discute a situação lingüística e de comunicação dos alunos surdos matriculados nas escolas regulares e nas escolas de surdos existentes nas regiões que compreendem o Vale dos Sinos até a Serra Gaúcha. Compreendendo um total de 26 municípios, essa investigação integra uma pesquisa maior intitulada A educação dos surdos no Estado do Rio Grande do Sul, financiada pelo CNPQ. Mapeamos, nas regiões acima citadas, 330 alunos surdos matriculados em 62 escolas. Dentre esses alunos surdos incluídos na rede regular de ensino, oito escolas possuem classe especial e uma escola é específica para alunos surdos. Dezessete intérpretes de Língua de Sinais trabalham em 10 escolas, sendo que nove atuam em sala de aula, um realiza, no mínimo, uma vez por semana algum tipo de atendimento aos alunos surdos e os demais atuam como intérpretes eventualmente nas instituições. Diante da situação educacional e comunicativa dos alunos surdos levantada perante as Coordenadorias de Ensino, Secretarias Municipais de Educação e escolas, questionamos as condições de inclusão, de comunicação e, articuladas a essas, as condições de ensino e de aprendizagem em que os alunos se encontram. Conceitos trabalhados nos campos dos Estudos Surdos, dos Estudos Culturais e nas teorizações foucaultianas, tais como identidade, comunidade, inclusão, comunicação e diferença surda, são centrais no texto e usados como ferramentas analíticas para que outras formas de pensar e de fazer educação de surdos sejam mobilizadas, não só pelas instâncias políticas competentes, como também pelas escolas que atuam diretamente com os alunos surdos.
is paper discusses the linguistic and communication situations of the deaf students enrolled in both regular and deaf schools in 26 towns in Sinos Valley and Rio Grande do Sul Highlands. !is investigation is part of a more comprehensive research called Deaf Education in Rio Grande do Sul, funded by CNPQ. We have traced 330 deaf students enrolled in 62 schools in the regions studied. Fifty-three out of these schools have deaf students included in the regular teaching network, eight schools provide special classes, and one school is specifically directed to deaf students. Seventeen Sign Language interpreters work in ten schools; nine of them work in the classroom; one performs some activities with deaf students at least once a week, and the others occasionally work as interpreters in those institutions. Considering the educational and communicative situation of deaf students, according to Teaching Coordinations, Education Secretaries, and schools, we have questioned their inclusion and communication conditions, and articulated with those, both their teaching and learning conditions. Some concepts from the Deaf Studies and Cultural Studies fields and from Foucauldian theorizations, such as identity, community, inclusion, communication, and deaf difference, are central to this text and have been used as analytical tools, so that other ways of thinking and making deaf education may be mobilized, not only at competent political levels, but also by schools that work directly with deaf students.