Este estudo apresenta uma aná-lise micro-etnográfica do trabalho do intérprete de Libras na sala de aula inclusiva, onde atua fazendo interpretação simultânea e ou consecutiva. O principal objetivo foi identificar os possíveis papéis que o intérprete pode ocupar nesse espaço educacional, pois este é um lugar em que não se tem clareza sobre como sua atua-ção pode se dar, devido ao fato de ser esta uma atividade recentemente implantada nas escolas chamadas de inclusivas. O estudo foi realizado com base nos construtos teóricos sobre os papéis interacionais de Goffman (1981), o conceito de formato de recepção e a taxonomia de tipos e subtipos de enunciados gerados neste contexto de comu-nicação mediada por intérpretes, conforme Wadensjo (1998) e ainda os conceitos de enquadre e esquema conforme propostos por Tannen e Wallat (1987/1998). O estudo conclui que o intérprete ocupa diversos papéis quando interpreta na sala de aula inclusiva e, entretanto, ele ocupa, também, um papel que não é o seu ao atuar como professor. Esta constatação se deu observando os aspectos interacionais que são complexos no espaço pesquisado, trazendo reflexões necessárias não só para o trabalho do intérprete em sala de aula, como também para se pensar o atendimento educacional diferenciado e de qualidade a que o aluno surdo tem direito.