DEBATE: EDUCAÇÃO E SURDEZ: O "SER SURDO" COMO PARADIGMA PEDAGÓGICO

Revista Espaço

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ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

DEBATE: EDUCAÇÃO E SURDEZ: O "SER SURDO" COMO PARADIGMA PEDAGÓGICO

Ano: 2001 | Volume: Especial | Número: 15
Autores: Ana Dorziat
Autor Correspondente: Ana Dorziat | [email protected]

Palavras-chave: Educação de Surdos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As escolas de surdos têm enfrentado grandes dificuldades em se organizarem como espaços de ensino e aprendizagem. Essa dificuldade é produto do enraizamento de práticas reabilitadoras, em detrimento de discussões de caráter pedagógico. A idéia de aluno hipotético, seja a partir do parâmetro da deficiência ou da normalidade, tem dificultado ver os surdos como um grupo que apresenta formas diferenciadas de apreensão e elaboração de mundo, produto de suas experiências visuais, mas que também se constitui individualmente a partir de suas características internas de raça, classe, gênero, região etc. A articulação de um espaço escolar verdadeiramente pedagógico nas escolas de surdos deve ter como princípio fundamental a definição de quem é(são) essa(s) pessoa(s) surda(s), quais suas diferenças individuais, sobre que bases ideológicas estão sedimentadas suas concepções de mundo. As escolas precisam abrir espaços para que os surdos realizems nas próprias elaborações, compartilhem suas dúvidas e descobertas. Só assim, será possível se perceber em que consiste a diferença e, a partir daí, como trabalhá-la assumindo o conflito, trazendo à tona a necessidade de novas construções políticas, linguísticas e pedagógicas na educação de surdos.



Resumo Inglês:

The schools for the deaf have been facing great difficulties to organize themselves as teaching and learning places.Such a difficulty is due to the establishment of rehabilitating practices, owning to pedagogic feature discussions. The idea of a hypothetic pupil from the deficiency parameter or from the normality has brought difficulty for the  deaf to be seen as a group which presents different ways of expression and of the world reading, result of their visual experiences, but also consequences of a set of individual intrinsic characteristics: race, class, genre and religion, as well. The articulation of a school atmosphere, truthly pedagogic in the deaf schools, should have as a fundamental principle the definition of whom these (this) deaf people(person) are(is), which are their individual differences, which is the ideological basis where their conceptions are based upon.Those schools need to give opportunity for the deaf to create their own ellaborations; to share their doubts and discoveries. That way, it is going to be possible to realize in which the difference consists and so how to work it out by facing the conflicts, eliciting the need of new political constructions, linguistic and pedagogical in the education of the deaf.