Através das sensações, percebemos o mundo. Nosso corpo experimenta os estímulose “sente”. Essas experiências sensoriais, quando englobam vários dos nossos sentidos físicos,mentais e espirituais, aumentam consideravelmente a percepção do que estamos vivendo.“Toda emoção está associada a um movimento”,afirma Alexander Lowen na sua prática bioenergética. Nos jogos,inclusive os tradicionais, isso é visível na euforia de movimentos que crianças e adultos demonstram ao enfrentar os obstáculos que se sucedem numa partida.O simples atirar dos dados se transforma numa mímica teatral que cria suspense e reflete a emoção da jogada .Entretanto,vivemos num mundo de complexa e sofisticada tecnologia, que,por um lado, permite vôos ilimitados da nossa imaginação, mas, por outro,nos cerceia na medida em que a imensa maioria das informações chega até nós através de dois únicos estímulos sensoriais:a visão e a audição.Pode soar estranha esta afirmação,porque é tão corriqueira a “ditadura” dos canais visual e auditivo que nem nos damos conta dela. O mais abrangente meio de comunicação, por exemplo— a televisão—, é visual e sonoro. O computador é imagem, o rádio é som. Até na escolha dos alimentos, nos supermercados, onde olfato, paladar e tato deveriam atuar,o que temos? Caixas e potes fechados com rótulos cheios de imagens e textos.“Sentir” passou, infelizmente, a obedecer a uma dinâmica hierárquica, diferente dos mecanismos naturais que dão origem a nossos pensamentos e que operam simultaneamente e de forma não-linear.