A produção teórica acerca dos enlaces existentes entre psicose infantil
e Educação Especial é recente. Educadores, pais e profissionais da saúde
ainda se deparam com significativas dificuldades relacionadas aos processos
educacionais inclusivos destas crianças. Pretende-se com este estudo
tecer algumas considerações a respeito da contribuição da psicanálise para o
desnovelar destes nós, a partir do entendimento da subjetividade das crianças
com psicose. O objetivo foi o de percorrer, através dos diversos fios do pensamento
psicanalÃtico, caminhos que possibilitem o diálogo entre as aproximações
e os distanciamentos da produção de conhecimento acerca da educação
do sujeito/aluno com psicose infantil. Para isso, tramaram-se algumas relações
entre estes campos teóricos, a partir de uma pesquisa bibliográfica cujo corpus
de análise compreendeu quatro periódicos entre os anos de 1996 e 2008 ligados
a área da educação, quais sejam: Revista Brasileira de Educação, Revista
Brasileira de Educação Especial, Revista Educação Especial e Revista Estilos
da ClÃnica. Foram identificados 1147 artigos e destes apenas 57 relacionados
ao tema, os quais foram utilizados direta ou indiretamente neste estudo. Utilizase
como tear a teoria freudo-lacaniana para amarrar e sustentar a discussão
construÃda a partir da seleção de estado da arte. Observou-se que os trabalhos
explicitados, de modo geral, falam de um sujeito em estruturação, transbordado
por uma subjetivação. A produção a respeito do tema ainda é incipiente, daà a
necessidade de mais estudos e publicações. Percebeu-se, por fim, que a contribuição
da psicanálise para a educação seria na perspectiva de um trabalho
com o que não se fecha, em um tempo de formação, pois olhar para estes
sujeitos é vê-los em construção.