O objetivo desta comunicação é encetar uma discussão sobre as implicações
educacionais da tese de Peter Sloterdijk, apresentada na primeira parte
do livro Regras para o parque humano, de que o projeto humanista de
formação do homo humanus mediante a cultura literária – que tinha em
vista, principalmente, o refreamento das tendências “desinibidorasâ€
(enthemmenden) do ser humano, responsáveis pelos diversos tipos de
barbárie – desmantelou-se, de modo que é possÃvel caracterizar a hodierna
sociedade de massas, lastreada em mÃdias contemporâneas, tais como a
radiodifusão, televisão e internet, como pós-humanista (post-humanistich)
ou pós-literária (post-literarisch). Cabe, portanto, questionar, a partir das
asserções de Sloterdijk,1 que papel a escola ainda poderia ter – enquanto instituição de educação formal, tradicionalmente humanista – especialmente
no que diz respeito à formação moral, numa sociedade pós-humanista,
onde a violência se faz presente, inclusive, no interior da própria escola.
The aim of this paper is to introduce the discussion concerning the
educational implications of Peter Sloterdijk’s thesis, the one presented in
the first part of his book “Rules for the Human park.†There he claims that
the humanist project for a formation of the homo humanus through the
literary culture – which had in view, especially, refraining men’s “noninhibitingâ€
(enthemmenden) tendencies responsible for the various sorts
of barbarism – has dismantled itself. It is, thus, possible to characterize
the present mass society, which follows in the wake of the present types
of media such as radio, television, and internet, as post-humanist or postliterary.
It is, therefore, possible to question, from Sloterdijk’s assertions,
what type of role could school still play – as formal education institution,
traditionnaly humanistic – especially when it comes to the moral formation
of a post-humanist society where violence makes itself noted even within
the very wall of the school itself.