Neste artigo, analiso o discurso hegemônico articulado pela comunidade disciplinar que pesquisa o ensino das ciências, com o objetivo de identificar que sentidos estão sendo produzidos sobre esse ensino nos anos iniciais do ensino fundamental. Tomo como referência as produções dos dois primeiros e dos dois últimos Encontros Nacionais de Pesquisa em Educação em ciências (ENPEC), que apresentaram reflexões voltadas para esse nÃvel de escolaridade, em um esforço para compreender o processo de constituição de um discurso que pretende hegemonicamente estabelecer o que é e o que deveria ser o ensino de ciências nos nÃveis elementares de escolaridade, e também estabelecer quais são as necessidades formativas para que a docência possa ser exercida nessa direção. Lanço mão da teoria do discurso de Laclau e Mouffe (2004), que me possibilita perceber esse discurso como um hÃbrido que circula nos diferentes contextos de produção curricular.
In this article I analyze the hegemonic discourse articulated by the disciplinary communities that research the science teaching, with the goal of identifying the meanings that are being produced in the initial years of elementary school. I take as reference the productions of the two first and the two last "Encontros Nacionais de Pesquisa em Educação em Ciências" (ENPEC), that presented reflections directed towards this school level, in an effort to understand the constitution of the process of a speech that intends to establish what is and what should be science teaching in the elementary levels of school, and also to establish which the formative needs are so that teaching can be exerted in that direction. Using Laclau and Mouffe's (2004) theory of discourse, which enables me to perceive it as a hybrid discourse that pervades the different curricular contexts of production.