Não é tão incomum ouvir, da boca de alguns indÃgenas, uma frase que, para
alguns dos seus enunciadores, parece ser uma frase de desafio ao colonizador, até mesmo
um ato de rebeldia: “Nós queremos uma escola igual a de vocês, porque nós queremos
competir com os brancosâ€. Essa frase costuma ser dita por indÃgenas bem colocados na
burocracia do Estado, ou bem situados numa hierarquia de aldeia em que se beneficiam,
na relação com os não-Ãndios, de sua posição de mando ou de liderança. Independente
da posição de seus enunciadores, o que essa fala reflete é uma grande ingenuidade. Em
primeiro lugar, porque uma sociedade não vence a outra (em uma competição de Ãndios
com brancos, por exemplo), senão pelas armas e pela dominação econômica. Nenhuma
das duas alternativas está colocada para os povos indÃgenas. Resta, então, a “vitóriaâ€
competitiva de indivÃduos Ãndios contra indivÃduos brancos. Mas isso é um projeto de
etno-suicÃdio. Uma escola não dará conta de tal tarefa sozinha, mas a escola útil e
necessária para contribuir com um tal projeto é uma escola egocentrada, de perfil cultural
branco-ocidental; em outras palavras, uma escola de branco na aldeia indÃgena. O que
entendemos, ao contrário, por “educação escolar indÃgena†supõe processos de educação
sociocentrados. O presente artigo pretende discutir a amplitude e as implicações dessas
duas concepções.
It is not unusual to hear from the mouth of some indigenous, a phrase that, for
some of his utterances, seems to be a challenge phrase to the colonizer, even an act of
defiance: “We want a school like yours, because we want to compete with whitesâ€. This
phrase is usually spoken by indigenous placed in the state bureaucracy or a hierarchy of
well-situated village in which they enjoy in relation to non-Indians from their position of
authority or leadership. Regardless of the position of his utterances, which reflects this
speech is a great ingenuity. Firstly, as a society have not beaten the other (in a competition
of Indians with whites, for example), but the weapons and economic domination. Neither
alternative is placed on indigenous peoples. It remains, then, “victory†competitive
individuals Indians against whites. But this is a project of ethno-suicide. A school will fail
to contain such a task alone, but the school needed and useful to contribute to such a
project is a self-centered school, cultural profile of white-western-in other words, a white school in the Indian village. What do we mean, instead, by “indigenous educationâ€
implies a process of education sociocentric. This article discusses the extent and
implications of these concepts.