Neste trabalho procuro identif icar o cientificismo como marca constituinte do discurso educacional, que favorece e sustenta o processo de naturalização dos conteúdos de ensino. Argumento que esta naturalização constituà e expressa uma dada hegemonia que privilegia um determinado modelo cultural em detrimento de outros possÃveis. O trabalho se estrutura em três mo mentos. No primeiro procuro caracterizar, em linhas gerais, o pósâ€estruturalismo co mo modo de pensamento que questiona aspectos centr ais do Humanismo e do Renascimento, que se expressam no projeto de mo dernidade. Depois busco ide ntificar o processo de escolarização, que se desenvolve a partir do século XIX, e se consolida no século XX, como um processo a serviço da propagação do projeto cultural moderno homogeneizador.
Neste exercÃcio reflexivo lanço mão da análise dos relatos co lhidos durante as entrevistas que
realizei com professoras da rede municipal de e nsino da cidade do Rio de Janeiro no perÃodo
em que acontecia a impleme ntação da proposta curricular da r ede, a Multieducação (1996).
Destes relatos emergiram as questões que motiv am minhas reflexões no doutorado, e que
têm encontrado no paradigma pósâ€estruturalista um referencial produtivo para análise.