O presente trabalho tem por objetivo analisar a teoria do desenvolvimento afetivo firmada simultaneamente na psicanálise de Sigmund Freud e na psicologia genética de Jean Piaget. A análise se justifica pelo fato de que as emoções, sentimentos e paixões humanos são considerados, pela pedagogia baseada tanto em Freud quanto em Piaget, como processos importantes de motivação para o ensino-aprendizagem, com ampla utilidade para a escola, pois nessa é escassa a reflexão crÃtica sobre o assunto. O problema da afetividade é tratado de forma diferenciada pelos dois autores considerados, de maneira que o material aqui apresentado aponta as contradições eminentes e as corroborações latentes entre as hipóteses formuladas pelas suas respectivas teorias. Os autores do presente trabalho optam pela negação da possibilidade de aproximação entre as teorias analisadas, mostrando como ambas se contrapõem no que toca à interpretação do significado dos sonhos e do seu papel na constituição da inteligência cognitiva e das ações conscientes. Enquanto para Freud o inconsciente afetivo é determinante para a formação da consciência individual, para Piaget ele desempenha um papel secundário e de significado limitado na construção da inteligência, que é vista como uma caracterÃstica geral da espécie humana.