Adolescência, de forma geral, tem sido entendida como uma fase linear do
desenvolvimento humano. Neste artigo, questionamos esse entendimento e
trabalhamos a compreensão de adolescência, psiquismo e desenvolvimento humano
mediada pelos pressupostos da teoria histórico cultural. Para essa reflexão, tomamos
por referência a construção teórica e interpretativa elaborada a partir de uma pesquisa
qualitativa realizada com profissionais de saúde sobre os sentidos e significados de
adolescência. A análise dos dados apontou o predomÃnio de uma visão naturalizada de
adolescência, contribuindo para a invisibilidade dos sujeitos adolescentes concretos
nas práticas educativas em saúde. Considerando que a PolÃtica Nacional de Atenção a
Saúde do Adolescente e Jovem (2007) dispõe sobre a necessidade de práticas
educativas e preventivas com essa população, entende-se que as ações precisam ser
subsidiadas por um processo reflexivo sobre adolescência e desenvolvimento humano.
Dessa forma, as ações poderão ser mais efetivas se forem criadas possibilidades de
reflexão, de modo a considerar múltiplas variáveis no entendimento da adolescência,
sendo possÃvel, assim, apreendê-la como construção social e não como uma etapa
natural do desenvolvimento humano.