Neste artigo focalizamos a Educação de Jovens e Adultos (EJA), sob o olhar da
perspectiva de aprendizagem dialógica, pautada na teoria da ação comunicativa de
Habermas e na teoria da dialogicidade de Freire. Tais conceitos apontam para o
diálogo como práxis, fundamental à aprendizagem, à constituição do desenvolvimento
humano e à democracia; possibilitam a crÃtica ao modelo de EJA dominante, que
discrimina as pessoas adultas com base em preconceito com relação à inteligência
adulta; oferece, ao mesmo tempo, instrumentos para superar esse modelo. Nessa
perspectiva é que vimos nesse artigo apresentar a EJA enquanto um sistema escolar
cultural e não-escolarizante, que garanta a compreensão de seus sujeitos como sujeitos
de direitos: educação, moradia, alimentação, emprego, etc. Para tanto, a escolarização
nessa modalidade de ensino deve se pautar nas habilidades práticas e comunicativas
que já possuem os/as educandos/as, de modo a lhes conferir o direito de se fazerem
e se refazerem no mundo. Ao abordarmos a Educação de Pessoas jovens e adultas
dentro de uma perspectiva dialógica e crÃtica, recuperarmos sua função transformadora,
sua função de anúncio.