Neste artigo serão trazidas reflexões que integram estudos realizados numa pesquisa
de pós-graduação em educação, em desenvolvimento, na UNESP - Rio Claro. Serão
enfocados, a partir de uma carta manuscrita há mais de um século, aspectos ligados
à linguagem, em sua articulação com o tempo, segundo o pensamento de Agostinho,
retomado por Paul Ricoeur e Jorge Larrosa. Em sua função narrativa, a linguagem
nem sempre revela, mas, antes, sugere, insinua; em seu entrefigurar-se, a palavra
amplia sentidos que não se ancoram em margens aparentes, mas que dão a conhecer
uma terceira margem. Tais observações possibilitaram um diálogo entre o texto da
carta e o texto ficcional “A terceira margem do rioâ€, de João Guimarães Rosa, que
resultaram em considerações, também expostas neste trabalho.