Este artigo faz uma análise de imagens presentes em três livros didáticos de ciências à luz do conceito de dominação masculina desenvolvido por Pierre Bourdieu. Parte-se do pressuposto de que o livro didático, como meio legÃtimo para disseminação de conhecimentos no universo escolar, ao conter em suas imagens princÃpios dominantemente masculinos, inculca e reproduz arbitrariedades que este tipo de dominação suscita. Para tanto, inicia-se o artigo relacionando a instituição escolar com o livro didático, também com os sentidos que tal relação supostamente produz. Na sequência são analisadas duas categorias de imagens, isto é, de atlas do corpo humano e de atividades fÃsicas que têm como elemento principal o corpo masculino e feminino. Por conseguinte, tomando as imagens como meio para discutir as caracterÃsticas que apresentam, dentro da lógica de dominação, simbolicamente masculina, demonstra-se na materialidade dessas formas o modo com que o simbólico se apresenta. As considerações finais apontam para uma problematização do livro didático enquanto instrumento de formação de conceitos e subjetividades escolarizadas.