O estudo de um caso real é o fio condutor de uma reflexão sobre como, no paÃs em que mais se mata no mundo, o sistema de justiça criminal prioriza a proteção de interesses meramente patrimoniais, não raro de corporações que, paradoxalmente, atuam, incólumes, ao alvedrio da lei. O que o texto chama de “reserva do possÃvel à s avessas†é o que impera. Assim, despreza-se a vida humana em benefÃcio do capital. Os atores jurÃdicos submetidos ao senso comum teórico e perdidos na cotidianidade não se dão conta de que, em vez de serem parte da solução, tornam-se parte do problema e que estão no dia a dia fazendo girar a máquina de moer gente. A partir da metáfora da Matrix, trata-se de despertar e ouvir o reclamo de Adorno, estancar a barbárie da qual os atores jurÃdicos presos ao habitus participam passivamente, para que se possa deixar o outro viver.