O artigo que se inicia tem como principal objetivo analisar as práticas sociais e políticas das Organizações Não-Governamentais (ONGs) que atuam em Angola. Partindo da contribuição de diferentes autores e tendo como perspectiva teórica a análise processualista, busca-se responder quatro questionamentos acerca destas práticas, a saber: quais são as práticas políticas e sociais das ONGs em Angola? De que maneira ocorrem as relações de poder nos espaços de intervenção? Como são percebidas as questões ligadas à participação popular? E qual tem sido a contribuição das ciências sociais em relação às dinâmicas rurais do país? Feito isso, espera-se concluir que, em maior ou menor grau, os interesses dos mediadores ligados aos processos de desenvolvimento rural, muitas vezes parecem sobrepor-se aos reais desafios do desenvolvimento, e a dominação do “outro” parece estar no cerne de muitos processos de legitimação.
This paper aims to analyze social and political practices of Non-Governmental Organizations (NGOs) operating in Angola. Through the contribution of different authors and using the proceduralist analysis as a theoretical perspective, it seeks to answer four questions about these practices, namely: what are the NGOs political and social practices in Angola? How do relations of power take place in areas of intervention? How are the issues related to the public participation perceived? And what has been the contribution of social sciences to the rural dynamics of the country? After, it is expected to conclude, to a greater or lesser extent, that the interests of mediators in the rural development processes often seem to outweigh the real challenges of development; and the domination of the “other” seems to be at the heart of many processes of legitimation.