A partir de um processo natural, os gêneros discursivos acompanham os diversos usos da linguagem nas esferas sociais. Em se tratando do ambiente virtual, percebe-se, cada vez mais, o surgimento de novos gêneros. É nesse contexto que emerge a poesia digital, um gênero discursivo relativamente pouco explorado, mas bastante rico na sua composição e na sua construção de sentidos. Denominado, geralmente, de ciberpoesia, poesia animada ou clippoema, esse tipo de poesia ganha uma dinâmica diferente no ambiente virtual, configurando-se, simultaneamente, pelo uso da palavra, do som e da imagem, e permitindo, ao hiperleitor, uma participação passiva ou mais ativa, ou seja, um grau baixo ou mais elevado de interação com o texto. Considerando esses aspectos, o presente estudo tem como objetivo analisar a interatividade em poesias digitais. Para tanto, foram coletadas para análise quatro poesias, adotando, ainda, como arcabouço teórico-metodológico as contribuições de Bakhtin (2003), Marcuschi (2003, 2004, 2007), Souza (2007), Antonio (2008), Maués (2010), Primo (2000, 2005) e Silva (2001), entre outros estudiosos do tema. Após a análise, contatamos três graus diferentes de interatividade: um grau baixo, um grau médio e um grau alto, que permitiram diferentes possibilidades de participação ao hiperleitor e definiram, respectivamente, a interatividade de maneira passiva, ativa ou colaborativa no ambiente virtual.