A institucionalização da disciplina de Geografia no sistema de ensino liberal do século XIX deve-se ao seu contributo para a identificação cidadã através do território, no estado-nação emergente, que não ao reconhecimento público da sua relevância cientÃfica. Depois de um primeiro ciclo ainda marcado pela influência iluminista, sucede-se um outro, nacionalista, numa disciplina de Geografia comprometida com as aspirações polÃticas e sociais dominantes e que, pela sua relevância para a divulgação das colónias, se autonomiza do ensino de História. A partir do final de XIX, a Geografia vai sendo valorizada curricularmente conforme a relevância ideológica que vai assumindo para o poder polÃtico. No final de novecentos, sucedem-se reformas curriculares ditadas pelas autoridades educativas e com orientações pedagógico-didáticas por vezes contraditórias. A capacidade de a educação geográfica enfrentar os desafios polÃtico-educativos, como recentemente sucedeu na formação inicial de professores, e de responder aos desafios sociais emergentes, numa atuação concertada entre os seus atores, são relevantes para a afirmação da disciplina no sistema educativo.
The official inclusion of Geography as a subject in the liberal educational system in the 19th century was due to the contribution it gave in describing citizenship according to territory in the emerging nation-state, and not the public’s recognition of its scientific relevance. Following a first cycle that still bore the marks of the Enlightenment, a second nationalist cycle was introduced in the form of Geography committed to the predominant political and social aspirations and, because of its relevance in informing student about the colonies, was made independent of teaching History. As from the end of the 19th century, it was to be given a more important place in the curriculum in keeping with the ideological relevance that it would acquire for the political power. At the end of the 1900s, curricula reforms were made, dictated by the educational authorities and resulting in sometimes contradictory pedagogical-didactic guidelines. The ability of geography education to confront the political-educational challenges facing it, as has recently happened in initial teacher-education, and to respond to the social challenges coming to light, in a concerted move involving its actors, are pertinent if the subject is to stake out its place in the educational system.