Nosso artigo propõe indagar a interseção entre cinema e geografia através da aproximação à noção de geografias fílmicas. Encontramos três sentidos nos que a expressão é susceptível de ser abordada e, ao expor eles, valoraremos distintas utilizações possíveis do cinema (e do audiovisual) como fonte de informação para a geografia. O primeiro destes sentidos focará o olhar no conteúdo do filme e apontará para os temas geográficos que o filme veicula. Neste ponto denunciaremos a estendida tendência a utilizar o audiovisual como simples ilustração de uma geografia que continua sendo feita primeira e principalmente com palavras. Em segundo lugar, observaremos a utilização mais recorrente do sintagma geografias fílmicas e avaliaremos até que ponto é pertinente falar de cinemas nacionais e se é acertado manter que a singularidade de uma formulação cinematográfica depende da sua procedência geográfica. A continuação, propomos uma terceira aproximação às geografias fílmicas centrada na especificidade do audiovisual e que permita à geografia se nutrir das metodologias da análise formal. Em este ponto, destacamos a geograficidade que o filme apresenta e comentamos as múltiplas maneiras nas que o audiovisual, com suas ferramentas retóricas, podem configurar a dimensão espacial. Para finalizar, reivindicamos o recurso ao audiovisual como autêntica fonte para a geografia e defendemos a investigação destas últimas geografias fílmicas como via eficaz para o estudo do entorno e de nossa interação contemporânea com ele.
Nuestro artículo se propone indagar la intersección entre cine y geografía mediante la aproximación a la noción de geografías fílmicas. Encontraremos tres sentidos en los que la expresión es susceptible de ser abordada y, a medida que los expongamos, valoraremos distintos usos posibles del cine (y de lo audiovisual) como fuente de información para la geografía. El primero de estos sentidos dirigirá la mirada hacia el contenido del film y apuntará, así, a los temas geográficos que la película vehicula. Será entonces cuando denunciemos la extendida tendencia a utilizar lo audiovisual como mera ilustración de una geografía que continúa haciéndose primera y principalmente con palabras. En segundo lugar, acudiremos al uso más recurrente del sintagma geografías fílmicas y evaluaremos hasta qué punto es pertinente hablar de cines nacionales y si resulta acertado mantener que la singularidad de un planteamiento cinematográfico depende de su procedencia geográfica. A continuación, propondremos un tercer acercamiento a las geografías fílmicas que se centre realmente en la especificidad de lo audiovisual y que permita a la geografía nutrirse de las metodologías del análisis formal. Nos encargaremos en este punto de destacar la geograficidad que el film despliega y de comentar las múltiples maneras en las que lo audiovisual, con su arsenal retórico, puede configurar la dimensión espacial. Para finalizar, reivindicaremos el recurso a lo audiovisual como auténtica fuente para la geografía y abogaremos por la investigación de estas últimas geografías fílmicas como vía eficaz para el estudio del entorno y de nuestra interacción contemporánea con él.